terça-feira, 11 de dezembro de 2012

João dos Santos Coimbra(Coronel Calhau.


11 comentários:

  1. Coronel João dos Santos Coimbra, vindo do norte de Minas Gerais, da cidade de Araçuaí, mais precisamente de um patrimônio de nome "Calhau", onde havia um rio de nome "Calhauzinho".
    Por isso o nome de João do "Calhau". E, de tanto ser chamado assim, passou seu noma para João do Calhau, também conhecido como Coronel Calhau.

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    1. Contestado
      O Contestado foi uma pendenga entre Minas e Espírito Santo, envolvendo questões territoriais, e que teve toda essa região como palco. A motivação básica que deu origem ao Contestado (Zona de Litígio) foi decorrente da interpretação dúbia da demarcação territorial entre os dois Estados, onde vemos, documentalmente, cada um “puxando a brasa para a sua sardinha”. O auto de demarcação de limites entre a Capitania do Espírito Santo e a de Minas Gerais se deu em 08 de outubro de 1800. A Carta Régia de 04 de dezembro de 1816 aprovou e ratificou o Auto de Demarcação de 1800. - O Rio José Pedro, no contexto do Contestado, acabou ficando como o pivô e mantenedor de toda a polêmica. O Estado do Espírito Santo reconhecia tal rio, até a sua foz no Manhuassú, como o limite do Auto de demarcação e por ele se debatia. Por sua vez, o governo de Minas achava que, por ser o rio José Pedro afluente do rio Manhuassú e, portanto, pertencente à bacia do mesmo; as vertentes do lado direito do rio José Pedro deveriam pertencer a Minas, O impasse estava criado! Impasse esse que se prolongou por muitos e longos anos, principalmente no período entre 1890 e 1915. - Através do litígio o terreno se tornou fértil para a proliferação de gente perversa e perigosa. Vemos então, com o correr do tempo, quase toda a região do Contestado se tornando esconderijo e refúgio de homicidas, desertores, ladrões e facínoras de todo tipo. - As chacinas, o crime impune, os justiceiros, enfim, o banditismo com toda a sua seqüela de horrores, se tornaram freqüentes, banalizando a condição humana. - A lei, o mais das vezes, era exercida pelos coronéis e executada pelos seus jagunços e pistoleiros. A situação conflitante entre os dois Estados tornou-se mais tensa em 1911, com a criação do município de Ipanema (na época município da Villa Rio José Pedro, desmembrado de Manhuaçú) e atingiu seu ponto crítico em 1915, quando o Coronel João do Calhau (Agente Executivo do referido Município) arregimentou um contingente de mais de quinhentos homens, armados de Winchesters e bem municiados, e saiu conquistando localidades até então sob controle Espírito-santense; anexando-as a Minas Gerais. Foi grande o número de localidades que conquistou na marra, no tiro e no peito; tomando os seus postos fiscais e invadindo os seus cartórios: Conceição de Ipanema, Chalé Lajinha do Chalé, Marechal Hermes (atual Mutum), Aimorés, etc. Foi nesta última localidade, Aimorés, onde a Estrada de Ferro havia chegado e, portanto, já tinha telégrafo, que o Coronel Calhau passou o célebre telegrama ao Presidente do Estado:

      “ ...e se vossência concorda vg continuarei conquistan
      do terras para Minas vg até chegar no lagoão pt”.

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    2. O tal do lagoão era simplesmente o Oceano Atlântico. Advertido pelo Presidente de Minas, Delfim Moreira, a paralisar com as conquistas, voltou para sua José Pedro, mas os municípios, até hoje, pertencem a Minas Gerais. Com efeito, o Laudo do Tribunal Arbitral de 30 de novembro de 1914, bem como o Decreto Federal n°4.304 de 19 de janeiro de 1915, deram ganho de causa a Minas e confirmavam como território mineiro a maior parte da área do Contestado. - Assim, já como parte integrante de Minas, Chalé foi anexado ao município de Ipanema e, em 05 de setembro de 1916, elevado a condição de Distrito do mesmo, com o nome de São Domingos do Rio José Pedro (Lei n° 673 do referido ano).
      Entretanto, entre o povo, a denominação antiga de Chalé prevalecia.

      NOTA:
      Quando da invasão do Contestado o Sr. João Ambrósio Ribeiro, que em Chalé era Juiz Distrital ligado a Comarca do Rio Pardo (ES) enviou carta endereçada ao seu parente - Coronel Osório Ribeiro de Oliveira, Agente Executivo do município de Marechal Hermes (Mutum) “aconselhando-o a não resistir a invasão mineira pelas forças do Coronel Calhau, pois seria derramar sangue em vão. Não poderiam detê-los. No que foi ouvido”.

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    3. Eu queria saber se você tem alguma dado de Manuel Lopes da Silva. Estou procurando coisas dele e documentos, também de Filismino Lopes da Silva ou de Maria da costa do Nascimento. Estou fazendo uma árvore genealógica.

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  2. Ouvi muitas histórias sobre o coronel Calhau, minha avó (falecida) havia trabalhado na casa dele em troca de alimentos .

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  3. Gegislaine Costha.

    escrva nos um E mail. ipanemacontemporanea@outlook.com
    Envie uma foto dos seus avós, conte a história deles, onde nascera, se nasceram fora como vieram parar aqui,o nome deles, o nome dos pais deles.o ano que nascera, o ano do falecimento. e a História que, sua avó contava sobre o coronel Calhau, e porque trabalhava em troca de comida, e precisaremos de uma autorização sua para poder publicar neste blog.

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  4. Estou escrevendo minhas memórias e gostei muito de ler o seu artigo, que esclarece vários pontos sobre os quais tinha dúvida. Muito bem escrito também o artigo.
    Nasci em Laranja da Terra, perto de Lajinha, mas com sete anos de idade, fomos para Itabirinha, na época (1960) ainda na faixa que ainda era contestado. Eu estudava na escola capixaba e minha irmã na mineira. Um conflito com um parente da minha mãe e um senhor que lhe vendera uma serraria, levou a uma quase guerra entre os policiais mineiros e capixabas. E creio que este conflito foi a gota d'água que levou `a dissolução do que restava do Contestado de Minas e Espírito Santo. Meu livro está ainda apenas num blog:
    http://www.cidadedosvagalumes.blogspot.com

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  5. Ouvi muitas histórias do Coronel Osório, meu bisavó, que é citado na NOTA: Quando da invasão do Contestado o Sr. João Ambrósio Ribeiro, que em Chalé era Juiz Distrital ligado a Comarca do Rio Pardo (ES) enviou carta endereçada ao seu parente - Coronel Osório Ribeiro de Oliveira, Agente Executivo do município de Marechal Hermes (Mutum) “aconselhando-o a não resistir a invasão mineira pelas forças do Coronel Calhau, pois seria derramar sangue em vão. Não poderiam detê-los. No que foi ouvido”.

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  6. Tenho um prazer enorme em conviver com os seus descendentes! Todas eles são pessoas de honra e possuem uma enorme solidariedade para com os injustiçados.

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